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O Voo do Colibri

«O Colibri não é apenas um pássaro qualquer, o seu coração bate 1200 vezes por minuto, bate as suas asas 80 vezes por segundo, se parassem as suas asas de bater, estaria morto em menos de 10 segundos. Não é um pássaro vulgar, é um milagre.»

Álbuns da minha vida | Dangerous (1991)

Junho 04, 2020

JFD

Lançado em 1991, este álbum de Michael Jackson está intimamente ligado às minhas memórias de infância. Adquirido naquele ano em cassete (já há toda uma geração que não sabe o que é uma cassete e que desconhece a relação entre esta e um lápis ou caneta bic), acompanhou-me nesse Verão, alto e bom som, quando fiz, com os meus pais, o trajeto em direção à Costa Vicentina e, depois, em sentido contrário, de regresso a Lisboa, pela estrada nacional, o que significava passar umas boas horas, ao calor, enfiado em filas extensas, que permitiam sair do carro, ir ao café comprar água e voltar. Apesar de tudo, porque a nostalgia é tão golden, até isso era bom, porque se ouvia e voltava a ouvir, "Black or White", aquele gesto de "puxar a cassete atrás", ato com um som tão próprio. 

O Discurso Musical de Henryk Górecki

Janeiro 23, 2016

Guilherme Diniz

Em Henryk Górecki notamos um percurso musical acidentado, indo da mais extremada atonalidade ao que poderia ser identificado como tendência neo-romântica. Partindo da constante utilização do pontilhismo weberiano — somado à fixação quase obsessiva pelos timbres — aos poucos foi se aproximando, nos idos de 1960, de compositores como Luigi Nono, Karlheinz Stockhausen, Krzysztof Penderecki e, principalmente, Pierre Boulez. Em razão disso, suas composições sempre foram identificadas por possuírem arquétipos que moldam e universalizam não apenas melodias e harmonias, mas também o instinto de ruptura e objetividade artística. 

Todavia, o esgotamento daquelas experiências-limite (autenticamente serialistas) fez com que Górecki, nas décadas seguintes, fosse cada vez mais se adiantando às formas musicais tradicionais. Importante ressaltar que o tradicionalismo das composições das décadas de 1960-70 é apenas aparente e superficial; dir-se-ia provocativo e construtor. São obras cuja composição pressupõe o emprego de formas móveis, autênticas work in progress, que não raro negam a hierarquia entre compositor, intérprete e ouvinte. O que podemos perceber nas composições de Górecki é que ele faz a música aproximar-se, obrigatoriamente, de um questionamento não apenas quanto à sua forma, mas também quanto ao seu conteúdo discursivo.

Paralelamente a isso, põem-se elas a indagar sobre a imposição de uma visão hegemônica da história marcada pela justificação da impessoalidade e mecanização. Górecki oferece, em contrapartida, a ressurreição da via humanista, qual seja, da retomada da auto-consciência individual, onde muitas das suas obras buscam implicações de ordem ética e estética, ambas definidas contextual e historicamente. Essa Weltanschauung é importante de ser compreendida porque é a mesma que influenciou nomes como Kazimiers Serocki (1922–1981) e Tadeuz Baird (1928–1981): é o tempo da insurreição de Varsóvia, dos campos de prisioneiros.

 

É a possibilidade de recuperação das formas naturais de um universo desencantado — ora representado na imagética do Holocausto (Sinfonia nº 3), ora na inserção de temas e referências à sua pátria, a Polônia. Se o eixo político sobre o qual o século XX definiu-se foi a bipolaridade, musicalmente, hoje, somos capazes de perceber que essa janela da história permite o acesso a inúmeros modelos pautados na fusão entre o universal e local. São matizes culturais próprios que se aventuram pelo mundo afirmando sua identidade e nível, e que raramente correspondem às convenções preexistentes.

Michael Jackson e o meu Verão

Agosto 24, 2014

JFD

Ainda tenho esta cassete, guardada no pó das outras que já não tocam, ou porque o rádio já não tem entrada para a fita que pára e temos de virar, ou porque as memórias doem e mais vale não ir mexer no baú das recordações. No entanto, porque o Verão me é tão nostálgico, lembrei-me deste álbum de Michael Jackson, e dos Verões que tocava na 125 Azul, com os pés de fora, a ansiedade a saltar do peito, e a alegria absoluta da infância regada às possibilidades de um Verão quente e com o rio refrescante ali ao lado, na tua terra F. 

Bublé em Lisboa

Fevereiro 03, 2014

Francisco Chaveiro Reis

 

 

 

 

 

Michael Bublé regressou a Lisboa para duas casas cheias no MEO Arena, nos dois primeiros dias de fevereiro. Como é habitual, apresentou-se de fato, laço e, para além de cantar (e bem) disse graçolas de oportunidade e encantou o público. É um entertainer à antiga que não desilude.

Da saudade

Dezembro 20, 2013

Francisco Chaveiro Reis

 

 

Dá-me uma gotinha de água

 

"Fui à fonte beber água,
achei um raminho verde.


Quem no perdeu tinha amores,
Quem no perdeu tinha amores,
quem no achou tinha sede!

 

Dá-me uma gotinha de água,
dessa que ouço correr!


Entre pedras e pedrinhas,
Entre pedras e pedrinhas,
alguma gota há-de haver!

Alguma gota há-de haver,
para molhar a garganta.


Quero cantar com'à rola,
quero cantar com'à rola,
como a rola ninguém canta"

 

Dia 18

Novembro 15, 2013

Francisco Chaveiro Reis

 

 

Segunda-feira será um dia culturalmente interessante. Nessa data, 18 de novembro, chega aos escaparates "Um milionário em Lisboa", segunda parte da obra sobre a vida de Calouste Gulbenkian por José Rodrigues dos Santos. Não digo que seja o melhor escritor português e até sublinho que existem centenas melhores mas, isso não tira o mérito aos seus livros, com temas interessantes e bom ritmo.

 

 

Chega, ainda, às lojas, "Lisboa 22.38", o novo trabalho de António Zambujo, um dos mais interessantes cantautores portugueses. O alentejano edita um albúm ao vivo no Coliseu de Lisboa. Conheça-o melhor aqui.

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