Não foi para perder dinheiro que a Disney tomou conta do franchise Star Wars. Se nos últimos três (de nove) filmes do ramo principal, a associação não foi particularmente elogiada (ser Disney passou a ser infantil e comercial, como se o espírito dos filmes nos anos 70 e 80 não fosse em parte esse e como se Ewoks e muitas outras criaturas não fossem mais Disney do que a própria Disney), quando a Disney começou a explorar as ramificações da cabeça de George Lucas, o caso mudou de figura. Com uma mão cheia de séries por vir, não será de mais dizer que, até ver, The Mandalorian foi a razão pela qual a Disney se juntou a Star Wars. E eu agradeço.
Os primeiros oito episódios foram um triunfo, apresentando Pedro Pascal como o Mandaloriano ele próprio, um duro caçador de recompensas que se vê com uma criança verde, a piscar os dois grandes olhos ao Mestre Yoda. Ao perceber que as intenções dos seus clientes não são as melhores em relação à criança à qual se apega, o herói solitário trata de a recuperar e andar com ela, universo fora, enquanto conhece uma coleção bem colorida de novos amigos inimigos. Na segunda temporada, a criança deve ser devolvida a quem saiba o que fazer com ela, ou seja, a um Jedi, que domine a Força, espécie em vias de extinção, e que potencie a jovem criatura (descobrimos o seu verdadeiro nome lá para o fim desta segunda toma de episódios). É assim que continuamos a rever figuras centralíssimas da trilogia original, ficando de queixo caído, capítulo após capítulo.
A criação de Jon Favreau (O Rei Leão, Elf ou O Chefe) é um grande acrescento ao universo Star Wars e conta com colaborações superiores, como Robert Rodriguez, Carl Weathers, Taika Waititi ou Bryce Dallas Howard atrás da câmara ou Werner Herzog, Nick Nolte ou Bill Burr à sua frente.