King (2019)
Abril 29, 2020
Francisco Chaveiro Reis
Nascido em criado em Hell´s Kitchen, terra de super-heróis, o franzino e bonito Timothy Chalamet, é, aos 23 anos, um ator em destaque, após ter entrado no último de Woody Allen e ter estrelado “Call me by your name” onde descobria e explorava a sua homossexualidade numas férias de verão em Itália e “Beautiful Boy”, onde era o filho problemático de Steven Carell. Chalamet, durante mais de duas horas, é também o Rei Henrique V, de Inglaterra, conhecido pela sua luta contra França. Chalamet, filho de um francês, terá ficado chocado com o sotaque do canastrão Robert Pattison mas isso não o impediu de ter um dos desempenhos mais gloriosos da sua curta carreira. Em King, produção Netflix, Chalament é um jovem príncipe, mais interessado em mulheres e bebida do que em política. Afinal, esse é o reino do pai, Henrique IV (Ben Mendelsohn em mais um personagem melancólico), que Hal (como é conhecido pelos amigos de bebedeira) despreza.
Quando Thomas (Dean-Charles Chapman, o Tommen de Game of Thrones), o seu irmão mais novo, é nomeado sucessor do trono, Henrique, tentando não ser como o pai, evita que se derrame sangue mas não evita que o irmão, querendo provar a sua coragem encontre outra oportunidade para se matar no campo de batalha. Com o pai e irmão mortos, cabe a Henrique assumir-se como soberano, numa altura em que França se prepara para atacar Inglaterra. Com John Falstaff (Joel Egerton) como braço direito, Henrique começa o seu reinado tentando ser mais temperado do que o pai. Pelo menos, até perceber que França o mandou matar.
Soberbamente filmado, com batalhas à la Game of Thrones (Falstaff a lutar na lama, apetado por outros solados faz lembrar John Snow) e interpretações de luxo, King mostra a luta de um rei contra a sua herança e contra as circunstâncias.