Jiro Taniguchi
Junho 22, 2020
Francisco Chaveiro Reis
Chamo ao blogue Jiro Taniguchi. Taniguchi, japonês, que nos deixou em fevereiro de 2017, aos 69 anos, foi um mestre da banda desenhada, distinguindo-se na manga e nas graphic novels. Vencedor por duas vezes (caso único entre os japoneses) do Festival de Banda Desenhada de Angoulême, Taniguchi teve uma carreira marcada entre a ponte entre a banda desenhada japonesa e a ocidental. Depois de ter sido empregado de escritório, começou a carreira como assistente de Kyota Ishikawa tendo publicado a sua primeira história em 1970. Foi nos anos 70 que conheceu a banda desenhada europeia, que para o sempre o influenciou. Teve uma carreira recheada, da qual destaco dois títulos: O Diário De Meu Pai e Terra De Sonhos. Em O Diário de Meu Pai, Taniguchi conta a história de Yoshi que regressa a Tottori, sua terra natal, para assistir ao funeral do seu pai e descobrir afinal quem era aquela homem austero. Numa viagem às suas raízes, Yoshi começa a perceber que a vida do país foi muito mais do que aquilo que ele julgava saber. É uma obra-prima de sensibilidade, na qual se nota a mescla perfeita entre a banda desenhada japonesa e a europeia, marca da obra de Taniguchi. Semelhante sensação passa Terra de Sonhos, que reúne cinco contos, com destaque para aquele que conta a história de um casal, sem filhos, que adota um cão e cuida dele até à sua morte e o vazio que esta traz. Mais uma prova da sensibilidade e de como as histórias mais simples podem ter o que ensinar.