Dois Papas (2019)
Abril 26, 2020
Francisco Chaveiro Reis
Dois Papas, o novo de Fernando Meirelles (A Cidade de Deus, O Fiel Jardineiro ou Ensaio sobre a Cegueira), confirma o fim de ano explosivo do Netflix, que já nos tinha brindado com Irishman e Marriage Story, dois dos melhores filmes do ano. Aqui, testemunhamos a relação entre o Cardel Ratzinger, mais tarde, Papa Bento XVI (Anthony Hopkins) e o Cardeal Jorge Bergoglio (Jonathan Pryce).
Se há ação antes – a eleição de Ratzinger, ficando Bergoglio em segundo lugar – o filme centra-se numa ida do argentino ao Vaticano para pedir a sua reforma e nas conversas que o encontro precipita em jeito de balanço autocritico de vida. Crítico do caminho que a Igreja toma, Jorge, quer voltar a ser um simples padre. Mas Ratzinger já pensa em retirar-se e ultrapassado algum antagonismo, vê naquele Cardeal sul-americano, um sucessor perfeito. Os flashbacks da vida de Jorge, vão-se sucedendo e nem todos orgulham o Cardeal que gostaria de ter tido um papel mais ativo na luta contra a ditadura. Com duas monstruosas interpretações e diálogos superiores, Dois Papas é de visionamento obrigatório.