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O Voo do Colibri

«O Colibri não é apenas um pássaro qualquer, o seu coração bate 1200 vezes por minuto, bate as suas asas 80 vezes por segundo, se parassem as suas asas de bater, estaria morto em menos de 10 segundos. Não é um pássaro vulgar, é um milagre.»

Chernobyl (2019)

Julho 23, 2020

Francisco Chaveiro Reis

Chernobyl-HBO-1280x720.jpgPoucas semanas depois do acidente de Chernobyl ter feito trinta e três anos, a HBO estreou uma minissérie de cinco episódios na qual mergulha nos anos 80 na União Soviética e nas consequências imediatas da explosão do reator. Um elenco de luxo (Jared Harris, Stellan Skarsgard, Emily Watson ou Barry Keoghan) mostra-nos como existiu falta de atenção na manutenção e como houve tentativa política de esconder a verdadeira situação. Apesar de focar homens de maior importância, como Mikhail Gorbachev, o interesse narrativo está na humanização das vítimas. Da mulher em breve viúva de um bombeiro até ao rapaz cuja a incumbência é dar matar cães ao tiro para evitar que transportem radiações, ficamos a conhecer a macabra influência do acidente em todos os aspetos das vidas. Mas claro que a visão, muito gráfica, dos efeitos da radioatividade no corpo humano, é quase tão chocante como as tentativas soviéticas de reafirmar que estava tudo bem.

Rainhas e princesas

Junho 28, 2020

Francisco Chaveiro Reis

Estão disponíveis no HBO, três séries da Starz sobre a história de Inglaterra entre os Séc. XV e XVI, baseadas nos livros de enorme sucesso de Phillipa Gregory.

1.jpgA Rainha Branca (2013)

Em plena Guerra das Rosas, a nobre viúva Elizabeth (Rebecca Fergunson), conquista o novo rei, Eduardo (Max Irons), mesmo que as famílias tenham estado em lados opostos da disputa. Contra o ceticismo da família de Elizabeth e a forte oposição da de Eduardo, decidida a formar uma aliança com França, Elizabeth torna-se Rainha de Inglaterra. A partir daqui as intrigas e conspirações ameaçam o casal e não há lealdades certas, destacando-se o Conde de Warwick (James Frain), Fazedor de Reis, como o grande vilão. Nomeado para vários prémios, A Rainha Branca, é um fresco impressionante de uma época decisiva da história inglesa.

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A Princesa Branca (2017)

Quatro anos mais tarde, a Starz voltou a recorrer à mesma fonte. Elizabeth (Jodie Comer) é uma nobre da casa de York que tem a missão de, a contragosto, casar com o Rei Henry (Jacob Collins-Levy) e assim unir finalmente as duas fações e acabar com a Guerra das Rosas. Mesmo tratando-se de um casamento político, o casal acaba por se aproximar e ganhar afeto. Não que isso impeça cada uma das fações de continuar a lutar nas sombras contra a outra e contra o casamento. Elizabeth é obrigada constantemente a provar que está ao lado do Rei, mesmo que isso signifique amiúde, estar contra a sua família. Uma grande interpretação de Comer pré-Killing Eve.

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A Princesa Espanhola (2019)

Já este ano, chegou a história de Catarina de Aragão (Charlotte Hope), princesa espanhola que viajou para Inglaterra para unir os dois países através do casamento com Arthur (filho de Elizabeth e Henry de A Princesa Branca). Mas história é conhecida. Artur morreu e Catarina acabou por se casar com Heny VIII, provavelmente o monarca inglês mais conhecido que, para se livrar de Catarina, rompeu com a Igreja. Mas aqui, ainda são jovens e apaixonados. Esta é, como as duas séries anteriores, uma história de conspirações.

The Act (2019)

Junho 27, 2020

Francisco Chaveiro Reis

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Dee Dee Blanchard, norte-americana, mãe dedicada de Gipsy, uma adolescente que viveu toda a vida com problemas de saúde, foi assassinada em junho de 2015. Não muito tempo depois descobriu-se que fora Gipsy a autora moral do crime e que tinha usado Nick, seu namorado (apenas online, na maior parte do tempo) como braço armado. Esta história real deu azo a The Act, série da Hulu, exibida em Portugal pela HBO com Patricia Arquette como Dee Dee e Joey King como Gipsy.

Mas o que motivou Gipsy a mandar matar a mãe que cuidara dela toda a vida? Bem, esse era precisamente o problema. Gipsy era uma adolescente perfeitamente normal e nunca precisou dos cuidados de saúde (incluindo cadeira de rodas e alimentação por um tubo) que a mãe lhe prestou. E Dee Dee, com um claro distúrbio, só o fez para manter a filha sob a sua proteção e controlo e tirar daí proveito financeiro e material (doações de bens e dinheiro e a casa onde viviam). Farta das limitações que nem tinha, Gipsy, com a ajuda de Nick (e de Victor, a outra personalidade do namorado…), planeou a morte da mãe da esperança cor-de-rosa de passar a viver uma vida de sonho. Não só cedo percebeu que Nick não lhe daria isso como a polícia lhe bateu à porta.

 

Euphoria (2019-?)

Maio 26, 2020

Francisco Chaveiro Reis

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Cru, duro e muitas vezes, literalmente nu, assim é o retrato que Euphoria faz da adolescência ocidental, onde há necessidade viver tudo, no limite e rapidamente. No centro, está Rue (Zendaya, ex-menina Disney), que regressa às aulas após um verão de overdose e desintoxicação. Atormentada pelo passado e com necessidade constante de escape, continua a drogar-se, engando a mãe e irmã e caminhando para o abismo, seja lá isso, o que for. Eis se não quando, lhe aparece à frente, Jules (a ativista Hunter Schafer), cheia de estilo e de dores da separação dos pais e se torna na sua melhor amiga e razão de abstinência de drogas, ao mesmo tempo que se apaixona por estranhos via app´s. Num mundo digital, há ainda a gordinha que perde a virgindade e é filmada, acabando por virar o jogo e transformar-se numa sensação sexy em sites pornográficos. Há o menino perfeito, com uma a namorada perfeita que cresce à sombra de um pai dominador e que tem tendência para o controlo e violência. E existe a boazona, disposta a tudo, para que gostem dela, confundido o sexo com o amor e existe muito mais, num ecossistema de uma realidade aparentemente paralela que afinal acontece aqui ao lado.

Lambs of God (2019)

Maio 16, 2020

Francisco Chaveiro Reis

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Algures na Austrália, numa ilha esquecida pela Igreja e pelos tempos, vivem três irmãs, as últimas da peculiar Ordem de Saint Agnes. Iphigenia (Essie Davis) e Margarita (Ann Dowd) juntaram-se à ordem para fugir das suas vidas e Carla (Jessica Barden), só sabe que foi deixado à porta do convento em ruínas que lhe serve de casa. Entre orações e histórias, as irmãs cuidam os seus cordeiros (que acreditam ser a reencarnação das irmãs que já partiram) e tricotam a sua lã. A sua vida calma é interrompida quando o Padre Ignatius (Sam Reid) chega à ilha para avaliar a propriedade onde vive as irmãs, que ele nem sabia que existiam. A Igreja quer vender o mosteiro que será transformado num hotel de luxo. E isso, é algo que as três irmãs não podem permitir, fazendo da vida de Ignatius, um cativeiro e um inferno. Mais de quatro horas cheias de surpresas, a começar pela época. Quando penamos estar algures na Idade Média, o telemóvel de Ignatius toca…

O Pioneiro (2019)

Maio 12, 2020

Francisco Chaveiro Reis

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Jesus Gil y Gil (1933-2004) é conhecido em Portugal por ter sido presidente do Atlético de Madrid, tendo em muito contribuído Paulo Futre para a sua eleição, como decisivo trunfo. Polémico no futebol, a nova série da HBO, O Pioneiro, conta a vida do espanhol, que foi, afinal, polémico em todos os aspetos da sua vida. Recorrendo a diversos testemunhos, desde o dos filhos ao dos opositores políticos, passando por Futre, e a imagens da vida pública de Gil, este documentário conta como o empresário se fez, fazendo fortuna a qualquer custo mas sempre de forma engenhosa e inovadora criando uma cidade onde nada existia ou vitalizado Marbella, colocando-a no mapa do luxo. Vendedor de carros, promotor imobiliário, presidente de um clube ou político foram algumas das facetas de um self made man à espanhola.

The Loudest Voice (2019)

Maio 03, 2020

Francisco Chaveiro Reis

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The Loudest Voice, nova aposta da Showtime, disponibilizada em Portugal via HBO, conta a história da criação e ascensão da Fox News, canal aqui mostrado como o braço armado de uma América do Norte altamente conservadora. Baseado no livro de 2014, “The Loudest Voice in the Room: How the Brilliant, Bombastic Roger Ailes Built Fox News--and Divided a Country”, de Gabriel Sherman, a minisérie (6 episódios de cerca de uma hora cada um), chama o australiano Russell Crowe a vestir a volumosa pele de Roger Ailes, assessor de Nixon, Reagan e George. H. W. Bush ou Giuliani antes de se dedicar ao mundo da televisão, nunca pondo de parte a sua veia política. Em 1996, a pedido de Rupert Murdoch, liderou a Fox News que mudou para sempre a forma de fazer informação em televisão.  Apesar de aparentemente datada, a série aborda questões pertinentes e atuais como a ideologia atrás de supostas notícias ou o assédio por parte de pessoas numa posição de vantagem, como era o caso do próprio Ailes. 

The Deuce (2016-2019)

Maio 02, 2020

Francisco Chaveiro Reis

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James Franco (Owl, Springbreak ou Milk) e Maggie Gyllenhaal (A Educadora de Infância, A Secretária ou Frank) são, a meu ver, dois dos mais interessantes e originais atores do momento e os papeis centrais em The Deuce, ficam-lhes a matar. Franco faz de Frankie, um fura-vidas e do seu irmão gémeo, Vicent, empregado de bar com uma mulher ainda mais leviana do que o próprio. Já Gillenhall, é Candy, a única prostituta de rua que dispensa “agente”, tendo o seu destino (e honorários) nas suas próprias mãos. Estamos nas zonas menos recomendáveis da Nova Iorque dos anos 70 (chegaremos aos 80) e vamos acompanhar a escalada do trio enquanto a indústria da pornografia cresce e a face da cidade muda. 

Vicent faz das dívidas do irmão à máfia, uma oportunidade e não para de abrir estabelecimentos de sucesso (deixa para Frankie e para o cunhado, os menos próprios). Já Candy, troca, aos poucos, as ruas por uma carreira de estrela porno, dando uma nova roupagem à realização e produção do género. Mas The Deuce (nome do bairro do sexo), é muito mais do que a vida destes três. O destaque vai para a vida das prostitutas de rua e dos seus chulos, com o seu estilo próprio (fato, sapatos de pele e bastão) e a sua forma de recrutar e manter os seus “talentos”. Não falta também o núcleo policial, sempre no equilíbrio entre o dever e a corrupção. A terceira temporada está agora a passar na HBO e recomenda-se.

Trust (2020)

Abril 15, 2020

Francisco Chaveiro Reis

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Em Todo o Dinheiro do Mundo, fita de 2017, realizada por Ridley Scott, somos relembrados da terrível história da família Getty. O patriarca Jean Paul Getty, um dos homens mais ricos do mundo, recusou pagar o resgate do seu neto favorito, raptado em Roma, quando tinha apenas 16 anos. Foi o momento mais marcante de uma vida de incontável riqueza e perturbante avareza.

De forma mais extensa, a HBO apresenta a história dos Getty, precisamente nos anos 70, pouco antes do rapto. Em Trust, Donal Sutherland é J. Paul Getty, avaro, frio e profundamente desiludido com os filhos. Com idade avançada, o americano viva agora numa mansão em Inglaterra, rodeado de obras de arte e com um pequeno harém ao dispor, que satisfaz graças a obscuras injeções. Vindo de Roma, onde vive com a mãe, o neto, Jean Paul Getty, O Terceiro (Harris Dickinson), conquista o avô graças à sua vivacidade e inteligência, mas desiludir o velho Getty não é coisa que se faça e o jovem é mandado de volta para Itália, onde acaba raptado.

Começa então o braço de ferro entre Getty e a sua antiga nora, Gail (Hilary Swank), pelos 17 milhões de dólares pedidos pelos raptores e que na verdade, seriam apenas uma gota da fortuna. Sabemos todos como acaba, mas a série tem o mérito de desenvolver o meio da história e nos deixar entrar na casa e mente de um personagem único.

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