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O Voo do Colibri

«O Colibri não é apenas um pássaro qualquer, o seu coração bate 1200 vezes por minuto, bate as suas asas 80 vezes por segundo, se parassem as suas asas de bater, estaria morto em menos de 10 segundos. Não é um pássaro vulgar, é um milagre.»

Pyongyang (2003)

Janeiro 12, 2016

Francisco Chaveiro Reis

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À chegada ao país recebeu um ramo de flores. Depois percebeu que este deveria ser depositado junto à estátua do líder supremo.

 

Numa altura em que a Coreia do Norte desperta as atenções do mundo, é uma boa altura para dar atenção a algumas manifestações culturais que retratam o dia-a-dia daquele país. Sendo um país tão fechado, poucos são os estrangeiros que lá entram e podem contar o que viram. O português José Luís Peixoto foi dos poucos. Passou alguns dias na Coreia do Norte (sem telefone) e escreveu Dentro do Segredo, editado em 2012 e devorado por este vosso amigo em poucos dias. Se para os habitantes, o quotidiano terá pouca piada, para nós, meros observadores, o sistema castrador revela-se "interessante". Mais recentemente vi The Propaganda Game, de 2015, do espanhol Alvaro Longoria, que teve oportunidade de visitar o país e fazer um documentário no qual vimos a Coreia por dentro, como nunca antes a tínhamos visto.

 

Mais antigo (2003) mas mais recente no meu consumo é Pyongyang, uma comic novel, onde o canadiano Guy Delisle relata a sua experiência e tudo o que lhe ia na cabeça nos meses em que habitou naquele país. Nos dois meses em que trabalhou para o estúdio de animação local, sempre acompanhado por um guia, viveu num dos três hotéis da cidade e esteve sempre confinado à realidade que lhe quiseram mostrar, encontrando liberdade apenas na sua cabeça. Um relato cheio de bom humor mas onde a tristeza pelo modo de vida daquele povo, vem ao de cima.

Afinal Bowie era mortal.

Janeiro 11, 2016

Francisco Chaveiro Reis

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A notícia surpreendeu o mundo. Aos 69 anos, David Bowie, uma das maiores e melhores figuras da cultura pop, morreu. A choque deve-se sobretudo ao facto de todos acharmos que Bowie era imortal. Afinal não. Bowie era humano e não resistiu a um cancro, perdendo uma luta de 18 meses que não sabíamos que travava. Como se não bastasse o seu longo e frutuoso caminho artístico, não se quis despedir sem que, dias antes de morrer, fosse lançado Blackstar, 25.º álbum, de onde se extrai o viciante Lazarus. Mas, êxitos não faltaram. Pensando apenas uns segundos, lembro-me de Life on Mars; China Girls; Heroes; Let´s Dance; Ashes to Ashes, The Man Who Sold The World (daria azo a uma fantástica versão dos Nirvana) ou Under Pressure (com Fredy Mercury).

Bowie viveu duas vezes. Uma como ele próprio, com diversas fases e outra como Ziggy Stardust, uma personagem que criou e o absorveu. Soltou-se a tempo de evitar a loucura mas desse período saíram algumas canções geniais. Mais sobre o génio aqui.

Cinema por acaso (6): Bride & Prejudice (2004)

Janeiro 10, 2016

JFD

 Adaptado do clássico de Jane Austen, "Pride and Prejudice", publicado pela primeira vez em 1813, este "Bride & Prejudice" ("Noiva Indecisa" na versão portuguesa) é um belíssimo filme indiano, que recontextualiza o argumento de Austen e nos coloca diante dos dilemas da sociedade indiana, entre o amor e o casamento combinado, entre o amor e a estabilidade financeira, entre os padrões de uma sociedade de castas e as mudanças impostas pelos tempos que correm. É, também, uma narrativa sobre preconceito, estereótipos criados pelo olhar americano, sobre os dilemas dos indianos emigrados, caricaturados na figura de Mr. Kohli, e os que desejam emigrar, sobre o olhar do viajante e a verdadeira Índia. Tudo isto com humor e muita música, e a beleza de Aishwarya Rai e Shivani Gha, bem ao jeito de Bollywood, arrecadando uns razoáveis 6.2 no IMDB.

A Rapariga no Comboio

Janeiro 10, 2016

JFD

O Francisco já havia escrito sobre este tão aclamado livro de Paula Hawkins. Quantos de nós não nos encontrámos já a imaginar vidas para os demais que vemos para lá das janelas? É precisamente dessa ideia que parte "A Rapariga no Comboio". Um thriller sobre vidas cruzadas para lá da imaginação, segredos guardados, vidas onde a realidade transforma a fantasia do ideal em sombras e dias cinzentos. Todavia, não o tomo nem por um thriller arrepiante nem por um livro que nos agarra desde o começo. Ao contrário dos policiais de Camilla Läckberg, para citar um caso feminino atual, este thriller de Paula Hawkins é, até meio da narrativa, aborrecidamente feminino, ao explorar em excesso os dramas emocionais de Rachel que só a espaços contribuem para o desenrolar da ação. Nesse sentido, a escritora sueca consegue oferecer-nos um olhar feminino universalista, enquanto Hawkins parece escrever um thriller para mulheres. Não obstante, "A Rapariga no Comboio" é um bom livro para estas noites chuvosas, que consegue articular perfeitamente as personagens e oferecer um lado sombrio a um personagem que aparenta a maior das tranquilidades. No entanto, sabemos, os psicopatas costumam aparentar a mais perfeita inserção social. 

 

© fotografia do autor

Os melhores do ano: livros

Janeiro 05, 2016

Francisco Chaveiro Reis

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Submissão, de Michel Houellebecq – Extremamente atual, este Submissão faz-nos viajar até à Paris de 2020, numa altura em que a França começa a ser, pouco a pouco, dominada pela Fraternidade Muçulmana, um novo partido. Enquanto existem rumores que esta força política tem boas hipóteses de chegar ao poder, François, professor universitário vive dominado pelo tédio, apenas cortado por fugazes relações com alunas. François vê-se então “preso” num país onde sempre viveu mas onde começa a não se sentir em casa.

 

A Rapariga no Comboio, de Paula Hawkins – Este best-sellers coloca-nos dentro da cabeça de Rachel, uma jovem desempregada inglesa cujo único consolo é beber. Beber e olhar pela janela do comboio que apanha todos os dias (fingido ir trabalhar) fingindo viver vidas que acha serem melhores do que a sua. Obcecada pelo ex-namorado, Rachel vê-se envolvida num crime, no mesmo bairro onde ele vive.

 

Dicionário Sentimental de Futebol – Rui Miguel Tavares transpõe para estas páginas pequenas histórias do mundo da bola, de diferentes épocas. Para quem gosta deste desporto, é imperdível.

 

Saga, Volume 5, de Brian K. Vaughan e Fiona Staples – Saiu em setembro de 2015, a continuação das aventuras de Marco e Alana, guerreiros de lados opostos numa guerra antiga, que ousam apaixonar-se e ter uma filha. Numa história tão original como surreal, meio universo persegue-os. Uma das melhores séries de BD dos últimos anos, numa espécie de Romeu e Julieta meets Game of Thrones.

 

O Papiro de César – Um regresso da dupla Asterix/Obelix é sempre de louvar. Mesmo não tendo a qualidade dos volumes originais, continua a ser uma aventura com muita piada e muitos piscares de olho ao mundo moderno.

The Last Kingdom (2015)

Janeiro 04, 2016

Francisco Chaveiro Reis

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Algures no Séc. IX, Uhtred procura o seu lugar na Inglaterra, então dividida em vários reinos, todo sob ataque dinamarquês. Nascido um nobre saxão, vê o seu pai ser morto por vikings e é como guerreiro dinamarquês, filho adotivo de Ragnar, que cresce e vê a sua vida. O seu pequeno reino, que deveria ter herdado do pai, é agora pertença do tio que só o quer ver morto. Ainda assim, Ragnar vive bem na sua nova pele e vê em Brida, também uma saxã criada por dinamarqueses, uma companheira para a vida.

 

Tudo muda na vida de Uhtred quando Ragnar e quase toda a sua família é morta num ataque surpresa a meio da noite. Com um rumor a correr de que fora ele próprio a matar a família que o adotou resta-lhe fugir e tentar provar a sua inocência. Acaba por se juntar a Alfredo, Rei de Wessex e que, apesar da sua doença crónica, mostra ter fibra para expulsar os dinamarqueses e unir toda a Inglaterra.

 

Uma bela série, com a marca Netflix, sobre o nascimento de Inglaterra e as invasões vikings à Grã-Bretanha, com aventura, algum humor e amor e batalhas fabulosamente filmadas.

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