O Voo do Colibri

A Infância de Jesus por Carlos Vaz Marques, na TSF.

Lars Von Trier  gosta do choque pelo choque. Será esse, temo, o resumo de Ninfomaníaca, filme em duas parte, cuja primeira já se estreou. O resumo é simples. Uma ninfomaníaca (primeiro Stacy Martin e depois Charlotte Gainsbourg ), autodiagnisticada, recorda as suas muitas aventuras e nós, espetadores, vemo-las. Ao projeto, aderiram atores de primeira como Stellan Skasgard, Shia LeBeouf, Jamie Bell ou Uma Thurman, provavelmente atraídos pela loucura de Von Trier. Mas, temo, este é mais um filme vazio e pretensioso como aliás, quase todo o cinema deste dinamarquês com as excepções de Ondas de Paixão (1996)  e até Melancolia (2011).

PS: Nota máxima para a máquina de marketing que eleva Von Trier e suas obras.

Undisputed 3 - A Redenção é daqueles filmes de ação que nos esvaziam a cabeça e que dá vontade de ver de quando em vez. Conta a história de um estranho torneio de luta entre prisioneiros de todo o mundo. O grande vencedor, ganha a sua liberdade, os outros não regressam a casa. Numa prisão algures na Geórgia, Boyka, russo, luta contra a sua lesão no joelho e contra a traição de Gaga que apostou noutro lutador. Um filme de pancadaria à moda antiga com vários combates e, claro, uma grande cena final com um colombiano de dois metros, favorito à vitória final.

Como se sabe, no sistema norte-americano, os juízes têm que ter em conta a opinião de um júri de cidadãos em cada julgamento. Em O Júri, baseado no livro de John Grisham, um elenco de luxo - John Cusack, Rachel Weisz, Gene Hackman, Dustin Hoffman, Bruce Davison ou Bruce McGill - mostra como a escolha dos jurados e as decisões dos mesmos, podem ser, facilmente, manipuladas. Thriller, drama e ação numa boa fita.

Sidney Young (Simon Pegg) é um inglês trintão, com bom coração, muito sentido  de humor, inteligência...e um mestrado em filosofia. Apesar disto, escolhe mostrar-se como um idiota que, com a sua revista à beira da falência, tenta a todo o custo entrar em festas exclusivas e entrevistar celebridades do cinema. Mesmo sem sucesso, o tom irónico dos seus escritos chamam a atenção de Clayton Harding (Jeff Bridges), responsável por uma das maiores revistas norte-americanas. É assim que Sidney se vê em Nova Iorque, numa pequena secção chamada "Espiões", onde deve escrever sobre famosos. É nessa secção que conhece a colega Alison (Kirsten Dunst), por quem se apaixona. Só quando se desilude com Alison e decide deixar de parte os seus escrúpulos é que começa a subir na vida e na revista, bajulando estrelas como Sophie (Megan Fox). Uma comédia mordaz sobre a fama.

Ron (Matthew McConaughey) é um texano que vive para os rodeos, apostas, drogas, alcool e sexo. Quando tem um acidente de trabalho, os médicos fazem-lhe análises e descobrem que tem HIV. Estamos em 1985 e Ron reage com incredulidade. Essa é um doença de "maricas", coisa que não só, ele não é, como abomina. Em negação, tenta viver uma vida normal mas, aos poucos começa a perceber que não está bem e faz pesquisa sobre a doença. Decidido a sobreviver, compra ilegalmente uma nova droga experimental e viaja até ao México em busca de salvação. Começa então uma jornada na qual, tenta salvar outros doentes, como ele próprio, usando todas as drogas experimentais a que consegue deitar mão. Para isso cria um clube, no qual cada membro deve pagar 400 dólares que dão direito aos medicamentos. Para além de fazer negócio, torna-se num ativista, contra os grandes laboratórios e defensor dos doentes, vivendo mais sete anos do que era suposto. Baseado numa história verídica, o filme vive da grande interpretação de McConaughey e de Jared Leto, cantor mundialmente conhecido, que regressa ao cinema (fizera, por exemplo, A Vida Não é um Sonho) para fazer de Rayon, um travesti infetado pelo HIV que será o grande apoio de Ron.

Revi ontem Duplex, comédia de 2003, com Ben Stiller e Drew Barrymore nos principais papeis. Realizado por Danny DeVito, nome maior da comédia, o resultado só poderia ser hilariante. Stiller e Barrymore são um jovem casal que se muda para a casa dos seus sonhos mas, com a fantástica casa, vem uma inquilina que mora na parte de cima do duplex. A irlandesa quase com cem anos parece ser uma doce idosa, prestes a morrer mas, depressa se mostra inorpotuna e com uma saúde de ferro. O casal tentará tudo por tudo para expulsar a inquilina indesejada que, por nada, parece querer sair ou sequer...morrer.

MELHOR FILME
«Golpada Americana»
«Capitão Philips»
«O Clube Dalas»
«Gravidade»
«Her»
«Nebraska»
«Philomena»
«12 anos Escravo»
«O Lobo de Wall Street»

MELHOR REALIZADOR
David O. Russell - «Golpada Americana»
Alfonso Cuarón - «Gravidade»
Alexander Payne - «Nebraska»
Steve McQueen - «12 anos Escravo»
Martin Scorsese - «O Lobo de Wall Street»

MELHOR ATOR PRINCIPAL
Christian Bale
Bruce Dern
Leonardo DiCaprio
Chiwetel Ejiofor
Matthew McConaughey

MELHOR ATOR SECUNDÁRIO
Barkhad Abdi
Bradley Cooper
Michael Fassbender
Jonah Hill
Jared Leto

MELHOR ATRIZ PRINCIPAL
Amy Adams
Cate Blanchett
Sandra Bullock
Judi Dench
Meryl Streep

MELHOR ATRIZ SECUNDÁRIA
Sally Hawkins
American Hustle
Lupita Nyong'o
Julia Roberts
June Squibb

Girls é uma das séries mais interessantes do momento. Vai já para a terceira season mas só há poucas semanas comecei a vê-la. A melhor descrição será a de um O Sexo e a Cidade cru. Criado por Lena Dunham (27 anos), que protagoniza a série, Girls conta as desventuras de quatro amigas. Hannah (Dunham) uma escritora falhada, egocêntrica e neurótica que não tem grande pejo em mostrar o seu corpo gordo; Marnie (a líndissima Allison Williams), uma "betinha" que parece não partir um prato; Jessa (Jemima Kirke), uma hippie-chic que coleciona relações falhadas, entre as quais a com o pai e Shoshanna ,como a heroína de Tarantino, (Zozia Mamet) que atravessa a primeira season como virgem. Um excelente exercício de humor negro, atual e urbano.