Obrigatório ler
Setembro 13, 2013
Francisco Chaveiro Reis
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Setembro 13, 2013
Francisco Chaveiro Reis
Setembro 13, 2013
JFD
Ouvi por estes dias o realizador Paulo Branco a falar sobre o filme A Gaiola Dourada. Confesso que não concordei em nada com as suas críticas. Diz Paulo Branco que este filme estereotipa os emigrantes portugueses num jeito próprio do cinema francês em relação às minorias. Sem desmérito para o profundo conhecimento que o realizador português tem do cinema francês, não vejo onde o filme tem um olhar estereotipado sobre os emigrantes portugueses em terras de Robespierre. Qualquer pessoa que conheça minimamente a realidade sociocultural dos emigrantes do avec e do alors reconhece os traços essenciais das personalidades-padrão neste filme, por sinal de um luso-francês. Em segundo lugar, os estereótipos são comuns ao cinema, desde o americano cowboy ao judeu avarento, nos casos mais exacerbados, mas também nos traços centrais de personalidade coletiva e cultural nos casos mais amenos. O estereótipo é a própria produção da personagem. Certamente que Paulo Branco não pretende exigir que estejam centenas de empregadas domésticas em cena para que haja uma definição mais elástica de personalidade. Ademais, quer ele queira quer não, as personagens do filme retratam muito bem um vasto número de emigrantes portugueses, de várias gerações. Não é por haver o estereótipo do português de farto bigode e com a careca tapada com os cabelos bem puxados das orelhas que não significa que não seja uma imagem real. À qualquer coisa de "dor de cotovelo" nas críticas passim.
Setembro 13, 2013
Francisco Chaveiro Reis
Finalizado o genial A Verdade sobre o Caso Harry Quebert, virei-me para este Como Deus Manda, do italiano Niccolò Ammaniti. Conta a história de Cristiano, 13 anos, do pai, Rino e de dois amigos deste que decidem assaltar um banco, tolhidos pelo desemprego que grassa na construção civil, sobretudo, com a concorrência de emigrantes. Este facto, torna o neonazi e nacionalista Rino ainda mais agressivo e irritado.
Cristiano é uma criança que tem que se tornar adulta ao viver com um pai desiquilibrado (a primeira cena do livro mostra-nos como Cristiano mata um cão a tiro, cujos latidos incomodam o pai) e que, apesar disso, tenta ser uma criança normal que vai à escola e sonha com as raparigas mais populares. Tem vergonha de quando vai a pé para a escola e orgulho de quando consegue escrever uma composição sobre o nazismo, um tema sobre o qual sabe de mais e tem uma visão destorcida. Não é um bom aluno mas tenta manter uma vida tão normal quanto possível.
Chega o dia em que Rino e os seus dois amigos mais próximos, dois desgraçados, planeiam assaltar um banco e dar um salto na vida....
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