Os Diários Secretos
Setembro 08, 2013
Francisco Chaveiro Reis
Eis-nos de regresso à simpática vila sueca de Fjallbacka. Ao mesmo tempo que Erica descobre diários da adolescência da mãe, que sempre fora fria com ela e sua irmã, um homem Erik, aparece morto na sua casa.
Depois de Erica ter sido mãe a tempo inteiro da pequena Maja, é a vez de Patrick deixar os seus afazeres de polícia e gozar a licença de partenidade. No entanto, um misterioso assassinato, levo-o a passar mais tempo na esquadra do que deveria. Já Erica, tenta escrever um novo livro, sendo distraída, no entanto por uma intrigante descoberta: uma série de diários escritos pela mãe, Elsy, antes e completar 20 anos.
Ao le-los, Erica, descobre uma Elsy ternurenta, o que constrasta fortemente com a imagem que tinha da mãe. Erica lembrava-se da mãe pela forma quase indiferente com que tratavas as filhas. Para além da personalidade da mãe, Erica descobre que um grupo de adolescentes era inseparável durante a Segunda Guerra Mundial, grupo esse que incluía Erik, assassinado recentemente. Quando Britta, outro dos membros do grupo aparece morta, Erica e o marido começam a perceber que passado e presente estão ligados e continuam a escavar.
Trata-se de mais um brilhante exercício de Camilla Lackberg a misturar um crime cuja resolução é pouco óbvia com a vida pessoal complexa dos seus personagens. Uma complexidade que constrasta com a forma simples e prática com que escreve, indo direta ao assunto em cada capítulo, deixando, ao mesmo tempo, muito por dizer.
Como costume, vivemos e sentimos o que cada personagem está a viver e a sentir e, por muito que tentemos adivinhar o final, há sempre um pormenor que nos surpreende. Ou vários.
PS: Neste volume, Bertil Mellberg, descrito desde sempre como o chefe de polícia preguiçoso e pouco expedito, ganha nova vida. Primeiro, adota um cão e passeia-o com frequência. Depois, conhece Rita, chilena roliça por quem se apaixona. Por fim, torna-se num avô extremoso.